Carla Pereira

Mais um jornalista é assassinado em Maricá em menos de um mês

O Brasil já é o 6º país mais perigoso do mundo para jornalistas, como apontam estudos.

O jornalista Romário Barros, de 31 anos, fundador do site Lei Seca Maricá, foi morto no final da noite desta terça-feira (18), com três tiros, no bairro de Araçatiba, em Maricá. É o segundo assassinato de jornalista na cidade em menos de um mês. No dia 25, Robson Giorno, dono do Jornal Maricá, de 45 anos, foi atraído para fora de casa antes de ser assassinado com três tiros, de acordo com a delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI). O crime aconteceu na noite de sábado, em Maricá, na Região Metropolitana do Rio. Ainda de acordo com a polícia, a vítima havia adquirido um carro blindado recentemente, mas a execução foi planejada de forma que ele estivesse fora do veículo no momento do crime. Giorno era dono do jornal O Maricá e pré-candidato à prefeitura do município pelo partido Avante.

Os dados são cada vez mais alarmantes , o Brasil já é o 6º país mais perigoso do mundo para jornalistas, como apontam estudos e um relatório do Conselho Nacional do Ministério Público. Segundo o relatório do ( CNMP ) somente entre 1995 e 2018 , 64 jornalistas e comunicadores haviam sido assassinados no Brasil em razão do exercício da profissão e agora com as duas mortes dos jornalistas de Maricá , o número subiu para 66 . Em apenas metade desses casos, a investigação foi capaz de apontar os responsáveis e dar início a uma ação penal na Justiça. Profissionais que trabalham longe dos grandes centros e de forma independente ou em pequenos veículos de comunicação são os principais alvos.

Chama atenção a quantidade de fatos ocorridos no estado do Rio de Janeiro, que lidera como a unidade da federação mais violenta para o trabalho de comunicadores.

“Hoje o Brasil é um dos países mais violentos no que diz respeito ao ambiente de atuação dos comunicadores – nos posicionamos em sexto lugar no ranking de nações mais perigosas para jornalistas, segundo a [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura] Unesco. Estamos atrás apenas de países em manifesta crise institucional, política e até humanitária, como Síria, Iraque, Paquistão, México e Somália”, diz o relatório .

 

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