Gilson Ricardo escolheu a Ilha do Governador pela simpatia dos moradores
A cerca de vinte anos Gilson Francisco Borsato adotou a Ilha do Governador. Falando assim trata-se de mais um morador vindo buscar a tranquilidade insulana. Mas o novo insulano é Gilson Ricardo, que atualmente é um dos mais respeitados comentaristas do rádio e da tv. Deixando o cartão vermelho (uma de suas marcas na tv) de lado, “Gilsão” recebeu , com muita simpatia, a revista Ilha Carioca em sua casa no Jardim Guanabara, onde encontrou a tranquilidade que buscava para viver sossegado ao lado da família e criar seus oito cachorros.
Como começou sua carreira de radialista?
Depois de trabalhar em farmácia e ter servido ao Exército, um amigo que gostava das minhas narrações nos jogos de botões me inscreveu na seleção para trabalhar na Rádio Difusora de Petrópolis. Eram umas cem pessoas. Lembro que na primeira etapa passaram vinte pessoas. Depois ficaram só cinco e eu ganhei. Na ocasião eu tinha apenas vinte anos.
Quando e como surgiu o nome Gilson Ricardo?
Através do Waldir Amaral, quando cheguei à Rádio Globo. Ele achou que soaria melhor e ficou.
Você só trabalhou com esporte na rádio?
Eu entrei para fazer futebol, mas um amigo de profissão faleceu e me colocaram no lugar dele, no programa de auditório “Peça Direto”. Fazia o programa das dez ao meio-dia. Mas à noite eu trabalhava com futebol.
Como foi sua ida para a Rádio Globo?
Comecei a narrar futebol de salão, que hoje chamam de futsal. Na decisão do campeonato de Petrópolis o Waldir Amaral me ouviu, gostou e me ligou. Na hora pensei que era brincadeira, mas ele contou que havia pesquisado minha vida e me chamou para fazer um teste de três meses. Em um mês e meio eu já estava contratado pela Rádio Globo.
Em quais programas de televisão você já trabalhou?
Comecei com o José Carlos Araújo na CNT. O programa “Mesa Redonda” entrava no ar aos domingos à noite. Há cerca de cinco anos surgiu a oportunidade de irmos trabalhar ao lado do Gérson no programa “Jogo Aberto Rio” (às 12:00) na Bandeirantes. Sou muito grato à Globo por ter me liberado para trabalhar nesses programas.
Você tem um time de coração?
Sou Flamengo e não escondo de ninguém. Acho besteira fi car escondendo para qual time torce. Mas quando estou trabalhando meu time é a Rádio Globo. Sou profissional acima de tudo.
Qual foi o melhor momento da sua carreira?
Foi a Copa do Mundo de 94 nos Estados Unidos. O jogo contra a Holanda foi um dos maiores jogos que já fi z. O gol do Branco desempatando a partida é inesquecível. Sem contar o calor de 45 que fazia. A gente trabalhava com uma toalha molhada que pegávamos no hotel.
E por que um Petropolitano veio parar na Ilha do Governador?
Eu descia a serra todos os dias durante quinze anos. E saía da rádio após a meia-noite. Como a violência aumentou ficou cada vez mais complicado subir e descer. Como gosto de morar em casa e por conta de meus oito cachorros optei pela Ilha, que dentro do Rio vi que era um bairro mais sossegado. Fui morar no Moneró e depois me mudei para o Jardim Guanabara. Já faz vinte anos…
O que você destaca na llha?
Acho as pessoas da Ilha muito simpáticas. É um bairro muito tranquilo em relação aos outros do Rio de Janeiro. Sou apaixonado por Petrópolis, mas passei a gostar da Ilha pelas pessoas e pela tranquilidade.