União da Ilha deita e rola na abertura do Grupo Especial de 2010
Uma volta digna de Grupo Especial. Assim foi o desfile da União da Ilha, que abriu o domingo de carnaval. Com desfilantes empolgados e uma ótima leitura do enredo da carnavalesca Rosa Magalhães, a Tricolor encantou também com alegorias grandes e detalhadas. Ao fim do desfile, o grito que virou febre: “A União voltou”.
Logo antes de entrar na Avenida, o presidente Ney Filardis fez um apelo emocionado: “Não temos dinheiro, mas temos vocês”. E o resultado pode ser percebido. A comissão de frente, simples, porém bem coreografada, cumpriu seu papel. O casal de mestre-sala e porta-bandeira estava com uma linda fantasia, porém não conseguiu o sucesso esperado, já que Simone enrolou a bandeira três vezes diante do primeiro módulo de julgadores. A bateria de mestre Riquinho, que no ano passado levou o Prêmio Estrela do Carnaval do Grupo de Acesso, encantou mais uma vez, com paradinhas e performances que levantaram a Avenida.
Casal tem problema no início, mas se diz confiante
O casal de mestre-sala e porta-bandeira, Alex e Simone, não começou bem. Eles representaram “Dulcinéia e seu Amor”. Logo na primeira cabine de jurados, a bandeira de Simone enrolou três vezes. No segundo módulo, porém, sem nervosismo. A dupla foi seguindo bem pela Avenida e, diante da quarta cabine, nova apresentação sem problemas e de muita leveza. Mesmo com o problema nos minutos iniciais, o casal se disse satisfeito com o desempenho e afirmaram estar confiantes para receberem nota máxima.
Comissão de frente tem coreografias simples, mas muito bem ensaiadas
A comissão de frente da União da Ilha optou por levar à Avenida, logo na abertura, uma ala coreografada, utilizando leques. Diante da cabine 2, uma coreografia simples, mas muito bem ensaiada. Deu para notar que um dos componentes chorava no momento. A comissão, comandada por Luciana Yegros, representou “O Toureiro”. O grupo composto por 15 homens mostrou a figura do “Toureiro”, personagem corajoso e valente, que tem uma postura elegante e sedutora.
Quando chegou ao quarto módulo de julgadores, a comissão, que estava com fantasia bonita e de extremo bom gosto, fez uma apresentação segura. A coreógrafa Luciana Yegros estava eufórica com o desempenho. “Fizemos uma coreografia bem teatral, para surtir efeito na arquibancada e deu tudo certo. Quando a gente jogava rosa, eles interagiam. Foi ótimo”, afirmou.
Bateria de Mestre Riquinho sobressai novamente
A bateria da União da Ilha passou pelo primeiro módulo de jurados com 37 minutos de desfile. Na hora da apresentação à segunda cabine, porém, a ala das baianas seguiu em frente, o que acabou gerando um buraco. Na hora em que entrou no segundo recuo, antes do segundo refrão, ritmistas fizeram uma paradinha, empolgando o público
Alegorias apresentam pequenos problemas, mas impressionam pela criatividade
No início do desfile, alguns problemas com os destaques dos carros. Nas segunda e terceira alegorias, muita demora para entrar no setor 1. Alguns componentes tiveram dificuldades para subir nos carros. O quarto carro enfrentou uma dificuldade ainda maior. A estrela do topo estava alta demais, e técnicos tiveram muito trabalho para fazerem a alegoria passar pelo viaduto. Algumas alas passaram a frente para que buracos não fossem abertos. Quando conseguiu passar pelo empecilho, o moinho estava sem uma hélice.
A alegoria seguinte, que representou “O Teatro de Marionetes apresentando a história de Melisanda e Dom Gaifeiros”, impressionou pela beleza e ousadia, mas foi possível notar falhas no acabamento da parte de trás, e isso pode tirar pontos da agremiação.
As baianas da escola enfrentaram problemas bem antes de chegarem à Marquês de Sapucaí. O ônibus onde se encontravam algumas delas sofreu um acidente quando se dirigia ao Sambódromo. Dez baianas foram levadas para o Hospital dos Servidores, mas sofreram apenas ferimentos leves e puderam desfilar.
Opinião do especialista
“Lindíssimo. Fico imaginando o que vem por aí. Belíssimo começo de desfile. A mistura do carnaval clássico de Rosa Magalhães com o carnaval de chão da Ilha, e o bom fruto; mas não é mais aquela Ilha (risos). A Espanha como pano de fundo propiciou fantasias belíssimas sobre aquele país tão bonito. Alegorias com grande beleza plástica, com conteúdo e um enredo muito rico. O samba não arrebentou como eu esperava. Mas foi muitíssimo bem. Destaque para o carro dos livrso queimados, o carro do moinho de vento, e o exuberante e criativo carro das marionetes, que acabou danificado em sua parte posterior. Uma pena, realmente uma pena. É “ruim” de Ilha cair!”, comenta Luiz Carlos Magalhães.
SRZD / Sidney Rezende