Pescadores dizem que poluição na Baía diminuiu e pesca melhorou
Insulano, o presidente da Cedae sonha um dia voltar a frequentar as praias do bairro. “Sou nascido e criado na Ilha, bairro onde moro e onde também vive minha mãe. Frequentei durante toda a minha juventude as praias da Ilha e tenho plena certeza de que chegarei à melhor idade me banhando nas águas das praias.” Idealiza Wagner Victer.
Sonho ou realidade? Esta é a pergunta feita ultimamente, pelos insulanos, sobre outra declaração semelhante do presidente da Cedae, Wagner Victer, ao afirmar que dentro de quatro anos as praias da Ilha estarão próprias para o banho. O anúncio é animador e gera expectativa em todos que sempre tiveram vontade de frequentar as praias, com segurança. Criado na década de 90, o Projeto de Despoluição da Baía de Guanabara, durante anos, não apresentou resultados expressivos. Era impensável para o morador da Ilha a possibilidade de um dia se banhar nas praias do bairro. Somente os mais antigos tiveram o privilégio de comprovar a limpidez das praias, hoje retratadas com saudade em fotografias de outrora.
Para o presidente da Cedae, Wagner Victer, a falta de um planejamento eficaz, da gestão anterior, dificultou a execução do Programa, e atrasou a recuperação das águas da Baía de Guanabara. “Encontramos uma empresa desestruturada em vários aspectos. Um deles era a falta de planejamento adequado das obras para se ter resultados concretos, que não apareciam apesar de todos os recursos gastos.” Justifica Victer.
Com um investimento de R$ 600 milhões, o novo Programa de Despoluição pretende tornar todas as praias balneáveis, reduzindo as taxas de coliformes fecais para um padrão abaixo de mil por 100 ml de água, considerado tecnicamente uma boa condição. Mesmo ainda no início, o resultado do projeto já começou a surtir resultados. Pescadores que antes reclamavam da escassez de pescado, agora comemoram a melhoria na qualidade e quantidade. Corvina, camarão, tainha e anchova são exemplos de peixes em abundância, nas águas insulanas, garantem eles.
O pescador da Praia da Bica, Vítor Ferreira, de 24 anos, diz que o governo deveria se preocupar com a limpeza mais efetiva da areia, que está repleta de detritos. “Acho que além da recuperação das praias, deveria ter uma coleta de lixo na orla. Acredito na iniciativa porque os peixes estão aparecendo em mais quantidade, o que antes era difícil.” Comemora o pescador, que salienta como ponto negativo as ligações clandestinas de esgoto que deságuam na Praia da Bica.
Sobre este aspecto, Wagner Victer diz que está tomando providências com operações pontuais, para conter as irregularidades. Paralelo a isso, prepara a ampliação e modernização da Estação de Tratamento de Esgoto, da Ilha.
– No caso da Praia da Bica, iremos realizar trabalho intenso para acabar com as ligações clandestinas em nossas redes, interligar sistemas que hoje não estão no nosso sistema sanitário e implementar projetos de cinturões, em diversos pontos, com a parceria da prefeitura – explica o presidente da Cedae.
Victer destaca ainda que a participação da sociedade na recuperação das praias é de fundamental importância, no Programa. “Existem situações que dependem da ação conjunta de vários atores. A sociedade fazendo a sua parte e os organismos estaduais, municipais e federais também, prevalece maior consciência de como utilizar tanto os sistemas de saneamento quanto bem tratar o ambiente.” Alerta.
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