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Morre a carnavalesca Rosa Magalhães

Luto no Carnaval. Morreu na noite desta quinta-feira (25), aos 77 anos, vítima de um infarto, Rosa Lúcia Benedetti Magalhães, a carnavalesca Rosa Magalhães, maior campeã da Marquês de Sapucaí.

Figurinista, cenógrafa, escritora e artista plástica com três graduações, “a professora” iniciou sua trajetória no Carnaval em 1970, no Salgueiro, como ajudante de Fernando Pamplona. Era apenas o início de uma carreira premiada e que se tornaria referência no segmento.

Mulher de poucas palavras, Rosa, que morava em Copacabana, construiu sua carreira de sucesso no universo das escolas de samba, onde atuou por mais de 50 anos, com muito trabalho.

Legado no Carnaval

Dona de desfiles marcantes, colecionou títulos no Carnaval carioca, com passagens pela Beija-Flor, Império Serrano, Tradição, Estácio de Sá, Salgueiro, Imperatriz Leopoldinense, União da Ilha, Vila Isabel, Mangueira, São Clemente, Portela e Paraíso do Tuiuti. Em São Paulo, atuou pela Barroca Zona Sul e Dragões da Real.

O primeira taça conquistada por Rosa Magalhães foi pela Império Serrano, ao lado de Lícia Lacerda, com o enredo “Bum Bum Paticumbum Prugurundum”, em 1982.

A época de ouro da carnavalesca aconteceu entre 1994 e 2001, na Imperatriz Leopoldinense. Na escola de Ramos, Rosa se consagrou com trabalho requintado, luxuoso e marcado por temáticas históricas que renderam campeonatos e premiações aliado aos chamados desfiles chamados de “técnicos” realizados pela agremiação.

Premiações

Formada pela Escola de Belas Artes (EBA) da UFRJ, deu aulas na instituição e assinou figurinos e cenários para dezenas de espetáculos teatrais. Contabiliza no currículo, dois prêmios MinC; prêmios Carlos Gomes; Ordem do Mérito Cultural; e Medalha de Prata, oferecida pelo governo da Áustria.

Ganhou um Emmy, um dos prêmios mais importantes da TV mundial, ao ser indicada na categoria figurino pelo trabalho na abertura dos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio, e deixou sua marca na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos 2016, no Rio de Janeiro.

Em 2019, teve sua trajetória transformada em biografia. “Rosa Magalhães — A moça prosa da avenida”, de Luiz Ricardo Leitão, foi lançada pela Uerj, mesma instituição que, em 2002, concedeu-lhe o título de doutora “honoris causa”.

Em 2023, foi tema do documentário “Rosa – A narradora de outros Brasis”, de Valmir Moratelli e Libário Nogueira. Escreveu três livros: “Fazendo Carnaval”, “O inverso das origens”, junto com Maria Luiza Newlands, e “E vai rolar a festa”.

Ainda não foram divulgados o horário e o local do sepultamento.

Fonte: srzd.com/blog/carnaval/rio-de-janeiro/morre-carnavalesca-rosa-magalhaes

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