“Eu só senti uma fisgada na minha face”. Foi assim que o mergulhador Emerson de Oliveira Abreu, de 36 anos, descreveu o que sentiu quando foi ferido com o próprio arpão no último sábado. Ele falou sobre o acidente na manhã desta terça-feira.
“Faço caça submarina há bastante tempo. Eu estava no fundo e quando disparei o arpão, creio que ele resvalou em uma pedra e me atingiu”, contou. “Dali eu só senti uma fisgada na minha face. Queimava muito cada vez que eu segurava. Qualquer trepidação era um caos.”
Ele afirmou que pensou em retirar o arpão. “Na hora eu pensei até em tirar aquela flecha da cabeça. O pessoal que me deu uma assistência na hora disse ‘não, rapaz, não faz isso'”, disse.
Ele permanecerá internado no Hospital Adão Pereira Nunes (Saracuruna), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense até o próximo fim de semana .
De acordo com o neurocirurgião Manoel Moreira Filho, o paciente, que já foi transferido para a enfermaria, teve a vida salva por milímetros.
“Se o arpão se desviasse só alguns milímetros teria afetado a visão e lesionado a carótida e o paciente teria morrido. Graças à imagem tridimensional, conseguimos precisar o local exato da cirurgia. Ainda serão necessários novos exames. Pode ser que ele tenha uma pequena perda do olfato, já que a trajetória do arpão foi muito próxima da fossa nasal”, avaliou o neurocirurgião.
