Ilha do Governador

Idoso que está morando no Aeroporto do Galeão era dado como morto pela família

O homem que vive a mais de um mês no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, na Ilha do Governador, era dado como morto pela família há cerca de 60 anos.

Vivo e aos 81 anos, Adauto Luiz de Souza recebeu a notícia de um mestre de obras de 53 anos que foi até o local nesta quinta-feira. Roberto Luiz de Souza ficou sabendo da história de Adauto pela TV e constatou que ele era seu tio.

Os dois se encontraram e, emocionado, o sobrinho contou que cresceu pensando que seu tio tinha morrido.

“Cresci vendo a foto dos meus tios mortos num quadro na sala da casa da minha avó. Ela sempre chorava pelos filhos que achava que tinha perdido. Ela ficaria imensamente feliz de saber que o filho está vivo”, destacou, afirmando que a avó dizia que Adauto e mais um irmão teriam morrido durante uma viagem aos EUA.

“Na época, disseram que o avião tinha caído no mar e minha avó passou o resto da vida acreditando que tinha perdido os dois filhos”, completou.

Segundo o registro da Polícia Federal, Adauto desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, no dia 12 de outubro deste ano. O idoso conta que gastou todo seu dinheiro na viagem e, além disso, ele está com algumas falhas na memória.

Passagem para os EUA

Foi autorizada, nesta quinta-feira (29), a compra de passagens e retirada de um novo passaporte para que o pernambucano Adauto Luiz de Souza, 81 anos, volte aos Estados Unidos. Os custos serão arcados pelo Governo de Pernambuco. Adauto perdeu os documentos e está morando há um mês no aeroporto Aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro.

A decisão de voltar aos EUA é do próprio Adauto, segundo informações da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos de Pernambuco, que está cuidando das providências de viagem. “Até amanhã [sexta] acredito que a gente conclui esse processo. Existe a possibilidade de ele voltar amanhã mesmo para os EUA. Se não sair amanhã, só tem passagem disponível na segunda-feira”, conta Geruza Felizardo, gerente do Sistema Único da Assistência Social da Secretaria de Direitos Humanos.

Como vivia no aeroporto

Para se alimentar, Adauto Luiz de Souza conta com a cortesia de funcionários do aeroporto. “Já me deram comida fresca aqui (mostrou). Essa pessoa que está me ajudando comprou uma jaqueta pra mim também. Ele é pessoa de um coração muito grande. Essa pessoa me ajuda com dinheiro para comprar cigarro, coração localizado no lugar certo, como costumo dizer”, declarou.
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Para dormir, o pernambucano utiliza as cadeiras do aeroporto. “Ali onde você vê o povo sentado, ali que eu durmo, eu só durmo deitado, eu vejo turista dormindo sentado e fico com inveja. Eu gostaria de ser como eles”, disse.

“Você olha pensa que é fácil procurar uma posição para você poder dormir, mas não é fácil, você fica exausto e você não consegue dormir, põe uma perna pra aqui outra para lá, mas não consegue dormir. Quando você está com muito sono, pode dormir uma soneca de uma hora, duas horas”, descreveu.

Para fazer sua higiene pessoal, um funcionário do aeroporto, que preferiu não se identificar, deu sabonetes, contudo, o aeroporto não dispõe de chuveiros e Adauto utiliza um copo para tomar banho.

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