Espírito de Laíla tem sido visto no barracão da Beija-Flor, dizem funcionários

A Beija-Flor vai cantar na Sapucaí este ano um de seus maiores nomes, Laíla, morto em 2021, vítima da Covid-19.
Além de um dos gênios do Carnaval carioca, Laíla ficou conhecido por sua fé e ligação com a espiritualidade. Segundo reportagem de O Globo, de João Vitor Costa, há quem diga que seu espírito tem marcado presença no barracão.
“A sensação entre os trabalhadores envolvidos na construção do desfile é parecida com a cantada nos versos do samba enredo deste ano: Agô, meu mestre/Tua presença ainda está aqui/Mesmo sem ver, eu posso sentir/Faz Nilópolis cantar”, diz a reportagem.
João Vitor Araújo, carnavalesco da Beija-Flor, descreveu o que tem acontecido no barracão da escola na Cidade do Samba.
“Tem pessoas que já cansaram de ver o Laíla por aí. Eu não vi, não tenho essa sensibilidade, embora seja espírita. Mas tem muita gente relatando isso, pessoal que trabalha no quarto andar, no terceiro, no primeiro… Gente que conheceu o Laíla. E gente que não conheceu, dizendo; ‘ih, esse moço da camisa (do enredo) bem estava aí outro dia’”, relatou João.
Filho de Xangô com Iansã, Laíla se definia como católico, umbandista, candomblecista, mas que também acreditava no povo cigano e nos pretos velhos.
Assim como quando o enredo vai se referir a uma entidade, a Beija-Flor tem suas obrigações e trabalhos “em dia”, garante João Vitor.
“Saí daqui (do barracão) muito surpreso, não sei dizer o que eu sentia naquele momento, se era medo. Só sei que fui para casa bem estranho, tomei banho e fui descansar. Quando dormi, sonhei com ele, com uma camisa branca, com detalhes em verde e amarelo, que eu não sabia que ele tinha usado em 2018, porque eu não estava aqui, no arco da Apoteose, como se a Beija-Flor já tivesse desfilado. Ele olhava para mim e sorria”, lembrou João Vitor referindo-se ao dia em que o martelo foi batido para que o enredo celebrasse Laíla.