Rio de Janeiro

Câmara reconhece o Choro como Patrimônio Imaterial do Rio

A Câmara Municipal do Rio reconheceu, na sessão extraordinária desta quarta-feira (26/3), o choro — ou chorinho, como também é conhecido o estilo musical — como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial da cidade.

Há cerca de um ano, o ritmo já havia sido declarado Patrimônio Cultural Imaterial do País pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Agora, com a derrubada do veto total do prefeito ao Projeto de Lei 2.913/2024, de autoria do ex-vereador Celso Costa, passará a ser reconhecido, também, no âmbito municipal. A lei entrará em vigor após promulgação do presidente da Casa, Carlo Caiado (PSD).

O chorinho é um ritmo musical genuinamente brasileiro, que surgiu por volta de 1870, quando Joaquim Callado lançou a música “Flor Amorosa”. Depois disso, nomes como Chiquinha Gonzaga e Pixinguinha se consagraram no gênero, que se tornou muito popular, sobretudo na boemia carioca.

“Influenciado pela música europeia e africana, o choro inspirou a bossa nova, o samba e o pagode, atraindo uma legião de fãs em diversas partes do mundo. Por isso a importância de reconhecer esse estilo, que é a cara da cidade, como patrimônio cultural de natureza imaterial”, explica o autor.

Diferentemente do patrimônio material, o patrimônio imaterial não se refere a lugares ou coisas, e sim aos saberes culturais passados de geração a geração, importantes para a criação de uma identidade cultural na sociedade.

Cultura Black 

Na mesma sessão, os vereadores rejeitaram também o veto total ao PL 2461-A/2023, da vereadora Thais Ferreira (PSOL), que reconhece o valor cultural, social e turístico do baile Black Bom para fins de registro como Patrimônio Imaterial carioca.

Criado pelos líderes da banda Consciência Tranquila, coletivo que desde 2002 utiliza a música como ferramenta de conscientização e transformação social, o baile nasce como uma ocupação criativa do espaço urbano capaz de alcançar as pessoas não só pelo entretenimento, mas também como forma de falar sobre a Pequena África, seus personagens e importância da contribuição cultural do povo negro que por ali chegou e permaneceu.

“Para além do impacto socioeconômico nas famílias dos empreendedores, a feira cultural faz parte da experiência de imersão no universo cultural negro com produtos que traduzem as mais diversas formas de expressão da cultura Black, gerando consumo consciente e afirmativo no público que por ali transita, se consolidando como movimento de grande importância e impacto social”, afirma Thais Ferreira. O veto também seguirá para promulgação.

Fonte: camara.rio/comunicacao/noticias/2546-camara-reconhece-o-choro-como-patrimonio-imaterial-do-rio

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