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Câmara do Rio recebe exposição ‘Enxada e Chão’

Fotos: Guilherme Nery/CMRJ

A mostra “Enxada e Chão” foi inaugurada nesta quarta-feira (16/04) na Câmara do Rio, com poemas de Carlos Pronzato, imagens da série Lona Preta, do fotógrafo Francisco Proner, e um vídeo que mostra acampamentos e assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Organizada pela vereadora Maíra do MST (PT), a exposição marca o Abril Vermelho e seguirá aberta ao público até o dia 30 de abril, das 10h às 17h, no Saguão José do Patrocínio da Câmara Municipal do Rio.

“O mês de abril é um muito importante porque no dia 17 aconteceu o Massacre de Eldorado do Carajás. Desde então, o MST intensificou sua luta porque por conta da concentração fundiária exacerbada de terra na mão de poucas pessoas há uma desigualdade. Então, a reforma agrária, que já é um direito previsto em Constituição desde 1998, segue sendo objeto de disputa por parte dos poderes institucionais e dos movimentos sociais”, afirmou a vereadora, lembrando a operação na qual morreram 21 trabalhadores sem terra na região Sul do Pará, no dia 17 de abril de 1996.

A exposição busca refletir sobre a Reforma Agrária Popular como resposta concreta à crise ambiental, à alta dos preços dos alimentos e à concentração fundiária no país. Um dos artistas participantes, o fotógrafo Francisco Proner falou sobre a produção do projeto. “Comecei a trabalhar com o MST em 2017 a partir de mobilizações sociais em centros urbanos. Algo que sempre me tocou é a generosidade desse povo que luta pela justiça social. É emocionante estar perto, conhecer o cotidiano deles, a relação que eles têm com a terra e a natureza”, afirmou.

Integrante da equipe de curadoria e produção da mostra, Luiza Arruda reforçou a importância de trazer o Abril Vermelho para a Casa de Leis carioca. “Queríamos transmitir o que é o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra. É muito simbólico para a gente ter pela primeira vez um mandato do MST, até porque as pessoas ainda não conhecem muito a cultura do movimento social e estamos em um espaço com regras que às vezes não conseguem transmitir o que é o nosso mandato”, disse Luiza.

“É uma oportunidade de fazer com que a população carioca conheça um pouco mais sobre a luta não só do movimento sem terra, mas a trajetória da reforma agrária no Brasil”, concluiu a vereadora Maíra do MST.

Fonte: Câmara Municipal do Rio

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