Ilha do Governador

Arildo, preso no último domingo, pode não ser o “tarado da Ilha”

O pânico que vem tomando conta dos moradores da Ilha do Governado por conta de supostos ataques de um estuprador parecia que terminaria no último domingo com a prisão de Arildo José de Oliveira, de 24 anos. O suspeito ameaçou uma adolescente com uma faca na Portuguesa e a fez caminhar até o Moneró, onde foi interceptado por moradores que, por acharem se tratar do “tarado da Ilha”, o espacaram antes da chegada da polícia.

Arildo é morador de rua e só teve uma passagem pela polícia por furto, além de apresentar distúrbios psicológicos. Moradores afirmam que o “tarado” que vem perseguindo e violentando mulheres costuma agir de carro. A polícia teme que boatos possam provocar tragédias com inocentes.

Na tentativa de conter o pânico que se espalhou pela Ilha do Governador, o comandante do 17º BPM, o tenente-coronel João Silvestre Araújo, e a delegada da 37ª DP, Renata Teixeira, se reuniram na última terça-feira, dia 30, com cerca de 80 diretores de escolas públicas e privadas, na subprefeitura do Ilha. Os policiais teriam garantido que não há um estuprador agindo em série na região.

A polícia afirmou que dos 11 casos registrados na delegacia este ano (oito consumados e três tentativas) apenas dois teriam sido cometidos por uma mesma pessoa. O suspeito seria um homem negro, armado de faca e dirigindo um Gol preto.

O comandante João Silvestre Araújo, apesar de citar o clima como “histeria coletiva, provocada por um temor infundado”, afirmou que deslocou policiais para reforçar o patrulhamento nas proimidades das escolas na tentativa de acalmar pais e alunos.

Segundo o comandante, na semana passada um oficial da Marinha foi perseguido por várias pessoas que queriam linchá-lo. Ele foi salvo por PMs quando já estava encurralado numa rua sem saída. O oficial estaria esperando a sobrinha na porta da escola.

Também circulam boatos que o traficante Fernando Tavares de Freitas, o Fernandinho do Morro do Dendê, estaria oferecendo recompensa para quem entregasse o estuprador e que o mesmo seria posto no “microondas”, espécie de tortura e assassinato praticado por traficantes em que usam fogueiras em pneus.

Enquanto os boatos não acabam ou que o suposto “tarado da Ilha” não seja preso, moradores evitam sair à noite ou circulam em bandos na saída de empresas e escolas, onde houve um grande aumento de familiares indo buscar seus parentes de carro.

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