A lenda da Pedra da Onça
Num dos recantos mais bonitos da Ilha do Governador, no final da Praia da Guanabara, estão aglomeradas grandes pedras arredondadas que parecem terem sido ali colocadas cuidadosamente pelo Criador.
Uma dessas pedras, a mais alta delas, serve de pedestal para uma estátua bem singular: a estátua de um gato-do-mato ou maracajá, felino característico da Ilha do Governador no Século XVI, época em que os índios habitavam a localiadae, hoje infelizmente desaparecido da região.
Pela semelhança dessa espécie com a onça, a pedra ficou conhecida como Pedra da Onça e é um dos pontos turísticos do bairro, local de onde se descortina magnífica vista e de onde se pode vislumbrar o Dedo de Deus, pico da cadeia de montanhas que formam a região serrana do estado do Rio de Janeiro.
Mas por que foi erigido nessa pedra um monumento a um felino?
Conta a lenda que uma índia da tribo ali localizada ia todos os dias, no fim da tarde, até a praia, com seu gato maracajá que criava desde filhote e lá ficava a mergulhar da pedra durante horas. Um dia, porém, a jovem índia mergulhou e não mais voltou, ficando o gato a esperá-la, olhando para o mar até não mais agüentar e morrer de fome, apesar da tentativa dos índios em retirá-lo do local.
Essa lenda, não confirmada pelos historiadores, inspirou um grupo de moradores, na década de 1920, a erguer o monumento em homenagem à fidelidade do animal. O artista plástico Guttman Bicho projetou e esculpiu o maracajá,. Em 1965 a estátua original, já bem castigada pelo tempo, foi substituída por outra que lá está até hoje.
Verdade ou não, a lenda atravessou os tempos contada pelos moradores do local e a Pedra da Onça é um lugar mágico onde qualquer pessoa sente um impulso irresistível de sentar numa pedra e ficar observando o mar, como quem espera ver a jovem índia emergir das águas e assim acalmar o espírito do fiel gato maracajá que, com certeza, ainda ronda o local esperando sua dona voltar.