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Após ser condenado, Léo Lins volta aos palcos zombando do câncer de Preta Gil

Léo Lins. Foto: Reprodução de vídeo

Em sua primeira apresentação em São Paulo após ser condenado por propagar discurso de ódio, o humorista Léo Lins mostrou que polêmica também enche teatro. Na noite da última quinta-feira (19), ele lotou o Teatro Gazeta, na Avenida Paulista, com o espetáculo Enterrado Vivo, que transforma sua sentença judicial em marketing e combustível para novas provocações.

De acordo com informações do jornal O Globo, condenado a oito anos e três meses de prisão por piadas discriminatórias feitas em 2022, Lins dedica boa parte do novo show a atacar o que chama de “politicamente correto”, zombar do Judiciário e debochar das mesmas minorias que o colocaram no banco dos réus. O espetáculo, com mais de 70 minutos, reúne piadas ofensivas contra negros, obesos, deficientes, indígenas, pessoas com HIV e até insinuações sobre pedofilia e nazismo. “Peguei mais tempo que um homicida. A Justiça manda o recado: se for preconceituoso, não faça piada, mate”, ironiza o humorista durante o show.

Com medidas rígidas para evitar registros, como o lacre obrigatório de celulares, o espetáculo foi pensado para circular apenas entre os presentes. “Vocês não querem que eu vá preso de verdade, né?”, diz ele, logo no início. Apesar do tom de “show mais leve” recomendado por seus advogados, Léo abre a apresentação com piadas sobre escravidão, em um claro gesto de desafio.

A própria sinopse oficial do show usa a controvérsia como atrativo: “Em 2024, seu show foi proibido em mais de 50 cidades (…) tudo por conta de seu conteúdo provocador que desafia o politicamente correto”.

Em determinado momento, Lins cita o processo movido por Preta Gil, após ser comparada a uma “porca” em rede nacional. “Três meses depois ela apareceu com câncer. Parece que Deus gostou da piada”, diz, arrancando risos da plateia. Ele conclui o número com uma provocação direta à Justiça: “Quanto mais tentam me calar, mais ouvido eu sou. Até surdo já me escuta.”

Apesar da sentença da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, que considerou seu material como incitador de intolerância e determinou multa e indenização por danos morais coletivos, Léo Lins continua a se apresentar, recorrendo da decisão.

Fonte: srzd.com/blog/entretenimento/famosos/apos-ser-condenado-leo-lins-volta-justica

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