Policiais Civis da 37ª Delegacia estouram ‘call center do crime’ na Ilha do Governador
Na manhã do dia 12 de junho de 2025, policiais civis da 37ª Delegacia de Polícia da Ilha do Governador, sob determinação e coordenação do delegado titular da unidade, Dr. Felipe Santoro, prenderam dez pessoas em flagrante delito pelos crimes de associação criminosa (art. 288 do CP) e estelionato tentado (art. 171 c/c art. 14, II, do CP). Os presos integravam uma associação criminosa especializada na prática de fraudes financeiras contra pessoas idosas, pensionistas e aposentados.
O grupo atuava em um escritório localizado na Estrada da Cacuia, bairro Praia da Bandeira, o qual funcionava como um verdadeiro “call center do crime”. No local, os criminosos captavam vítimas por meio de ligações telefônicas enganosas, simulando agentes bancários e oferencendo ofertas de empréstimos consignados ou migração de dívidas, impondo, de forma fraudulenta, condições abusivas, como juros elevadíssimos. Em muitos casos, contratos eram firmados sem o consentimento das vítimas, valendo-se da posse indevida de seus documentos pessoais.
Durante a abordagem, foi foram localizados diversos documentos, inclusive um “script” contendo o passo a passo das abordagens fraudulentas, com orientações para ludibriar as vítimas e forçá-las a contratar serviços financeiros inexistentes. A dinâmica revelava que os agentes se passavam por funcionários bancários, apresentando informações falsas sobre benefícios ou dívidas para induzir as vítimas a fornecer seus dados e assinar contratos.
Os presos foram identificados com funções bem definidas dentro da estrutura criminosa. A nacional Jaqueline dos Santos foi apontada como lider do bandos, sendo auxiliada por Luiz Carlos Guedes Nascimento Junior, na função hierarquicamente abaixo. Depois deles, atuavam como captadores de vítimas os nacionais Jean Vitor Reis Batista, Marcos Yury Araújo de Oliveira, Jéssica Cecília Rodrigues Gonçalves, Alisson Luiz dos Santos Esteves, Gabriela Almeida de Souza, Pâmela Kaeel Martins Cardoso, Carlos Henrique Castro Barbosa Leite e Maria Cecília da Costa de Souza.
Durante a diligencia os conduzidos confirmaram, informalmente, que tinham ciência da atividade ilícita e da possibilidade de prisão. Parte deles possuía antecedentes por práticas semelhantes, evidenciando a reiteração criminosa.
Destaca-se ainda que alguns integrantes já haviam sido presos e autuados anteriormente por crime semelhantes em outra operação deflagrada em 2023, tambem na Ilha do Governador, pela delegacia do Idoso. O fato evidencia que esse grupo criminoso atua nesse ramo do Crime há, no mínimo, cerca de dois anos”, esclareceu o delegado de polícia Felipe Santoro, titular da 37ª DP.
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Vale ressaltar que, embora esse tipo de crime não envolva violência física direta, causa danos profundos a um público extremamente vulnerável: o idoso. As consequências vão além do prejuízo financeiro — muitos acabam sem recursos sequer para se alimentar ou adquirir os medicamentos de que dependem, sendo expostos, inclusive, a riscos à própria vida”, destacou o delegado de polícia Felipe Santoro, titular da 37ª DP.
Dentre os materiais apreendidos, foi localizada uma planilha com o nome de diversas vítimas, uma delas do Rio de Janeiro, já havia registrado um boletim de ocorrência como vítima de fraude no valor de R$ 41.512,80, em circunstâncias que coincidem com o modo de atuação da presente organização criminosa.
Vale esclarecer que, embora o escritório estivesse fisicamente localizado na Ilha do Governador, os criminosos possuíam acesso indevido a bancos de dados de pensionistas e idosos de todo o território nacional. Em muitos casos, optavam por praticar os crimes contra vítimas residentes em outros estados, justamente com o objetivo de dificultar a atuação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, criando barreiras territoriais à apuração imediata. Após se apropriarem dos dados pessoais dos idosos, os integrantes da organização se passavam por representantes de instituições bancárias — adaptando o golpe conforme o banco com o qual a vítima mantinha vínculo. Ou seja, o crime era moldado individualmente para cada idoso, o que demonstra o nível de sofisticação da prática e o pleno conhecimento de todos os envolvidos acerca da empreitada criminosa”, ressaltou o delegado de polícia Felipe Santoro, titular da 37ª DP.
Diante da materialidade e dos indícios robustos de autoria, foi ratificada a voz de prisão em flagrante e representada a conversão em prisão preventiva dos investigados, como medida necessária à garantia da ordem pública e à continuidade das investigações, especialmente considerando a extensão dos prejuízos causados a vítimas vulneráveis e a atuação coordenada e reiterada do grupo criminoso.
Fonte: 37ª Delegacia de Polícia da Ilha do Governador